Mais vale a caixa que o brinquedo

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São inúmeros os motivos pelos quais, nós, pais e mães, buscamos oferecer boas oportunidades aos nossos filhos. A vida materna e paterna abre um mundo de novas experiências, e parte delas, desconhecidas até então.

Antes da chegada do bebê, é comum ficarmos inseguros em relação as escolhas materiais: modelo de móveis, enxoval, dentre outros itens que fazem parte da cultura do cuidado.

No entanto, é comum que ao passar dos meses, nasça em nós um interesse para além do prover material, de modo que passamos a nutrir expectativas educativas.

É neste momento que precisamos estar muito atentos, pois o mercado de produção de bens para a infância, ainda deseja nossas preocupações de cunho material.

Quando somos pegos por esta contínua interferência, passamos a manter um nível de cuidado aparente, ou seja, na prática é como eu dizer: “cuido do desenvolvimento do meu filho, já providenciei brinquedos interativos, coloridos e de boas marcas”.

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Vale sabermos que bebês e crianças aprendem com maior velocidade em comparação as outras fases da vida. Isso acontece graças a atenção que dão aos detalhes e as investigações que institivamente produzem. Nos primeiros anos de vida são ultras sensíveis, por este motivo, as concretudes da vida encontrada na natureza e nos artefatos domésticos as atraem.

Muitas vezes, para a criança pequena mais vale a caixa que o brinquedo. Pois suas necessidades exigem objetos simples, sem discriminação de faixa etária, sem muita informação ou poluição visual.  A criança abre e fecha a caixa inúmeras vezes, arrastar, puxa, aperta, joga ou até entra dentro, no caso de uma caixa grande.

Quanto a necessidade da simplicidade, Maria Montessori* foi muito clara quando adicionou em seu método os utensílios domésticos para uso da criança. Mas não apenas, ainda criou materiais em madeira dando valor a diversidade de formas, pesos, texturas, temperaturas, dentre outros aspectos sensoriais e funcionais.

A madeira deveria ser a base de todo material ou brinquedo infantil, pois cumpre com os requisitos do desenvolvimento neural, lembrando que as sinapses na fase infantil são formadas a partir da prática sensorial.

Mas afinal, qual a dificuldade nisso? A dificuldade está na oferta, hoje compramos materiais ou brinquedos de plástico, um produto que geralmente apresenta as mesmas caraterísticas sensoriais e exprime uma estética infantilizada, produzida a partir do imaginário do adulto e não da criança.

Além disso, é excessivamente colorido, acreditando impulsionar à alegria. Mas, ao contrário, a falta de exploração sensorial e o excesso de estímulo por meio da cor, faz com que a criança se agite ou seja induza a desatenção.

 

*Maria Montessori (1870 – 1952) é uma das mais importantes educadoras do Século XX, construiu um método educativo fundamentado na liberdade do desenvolvimento infantil e estruturou materiais e currículos incrivelmente inovadores, até mesmo para os dias de hoje.

 

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