Trabalhar as virtudes não é apenas dizer para a criança o que são as emoções da raiva, do medo, da angústia, acolhê-las e ensinar o que ela deve fazer quando esses sentimentos aparecem. É também isso, mas estende a levar para a criança reflexões que a ensinam e estimulam ela a superar-se desenvolvendo as virtudes que habilitará ela, gradativamente, a passar pelas mesmas experiências expressando emoções diferentes, isto é, emoções que geram mais bem-estar e leveza. Afinal, as emoções como a raiva são apenas efeito. A nossa pergunta enquanto profissional deveria ser: o que está por traz da raiva? Se for a impaciência, por exemplo, a virtude que a criança está sendo convidada a exercitar é a paciência que ela já traz em essência na sua própria consciência como menciona o criador da logoterapia, médico e psiquiatra austríaco, Viktor Frankl no livro A Presença Ignorada de Deus: “Existem, portanto, situações nas quais a pessoa está colocada diante de uma opção de valores, diante da opção entre princípios mutuamente contraditórios. Para não optar de forma arbitrária, a pessoa dependerá novamente da sua consciência, sendo que exclusivamente a consciência a capacita a tomar uma decisão livre, mas não arbitrária, e sim responsável. Sem dúvida, a própria pessoa naturalmente continua livre perante a própria consciência; as essa liberdade consiste única e exclusivamente na opção entre duas possibilidades: a de dar ouvidos à consciência ou de rejeitar sua advertência.”