A cama compartilhada que não funcionava para Keka

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Quando, Suzana, relatou que aos 2 anos Keka não deixava que ninguém fizesse ela dormir se não fosse ela, a mãe, foi possível perceber que havia uma necessidade de ambas as partes: mãe e filha. Por parte de Suzana existia a necessidade física de ter uma noite bem dormida e com Keka na cama, não era possível, havia um enorme medo de acontecer algo durante à noite com ela já que a própria, Suzana, havia mencionado na orientação de pais que havia lido sobre os riscos que a criança passa ao dormir na cama com seus pais (cama compartilhada) e, a partir desta informação, ficou com imenso medo e acordava várias vezes à noite para conferir se estava tudo bem. Por outro lado, Keka tinha sede de segurança e acolhimento. Como conciliar estas duas questões? É o que vamos descrever neste artigo, como ajudamos a solucionar este dilema entre mãe e filha.

Antes de mais nada, queremos salientar que não queremos induzir entre certo ou errado. Há muitos pontos a serem analisados na rotina familiar de cada um. É precioso também compreendermos que enquanto para uns é positivo, para outros não é. Por isso, antes de decidir implantar na sua família procure um profissional que irá verificar todas as minúcias do seu lar e te dizer com segurança o que será melhor. Esta é a melhor maneira de fazer escolhas como veremos no caso de Keka.

Como vocês podem perceber, nos artigos anteriores, trabalhamos compreendendo um pouco melhor a rotina familiar de Suzana com sua pequenina Keka. Ao analisar os hábitos familiares, percebemos a sobrecarga materna e buscamos amenizar com algumas estratégias referidas no primeiro artigo do caso da Keka. Entretanto, o trabalho neste sentido continua por aqui também, porque a noite mal dormida da mãe fazia ela, obviamente, estar sem fôlego e energia para acompanhar as necessidades da sua pequenina ao longo do dia e isso ocasionava vários excessos de impaciência como gritos quando Keka não queria fazer algo.

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O que isso tem a ver com a cama compartilhada? Bem, tudo, neste caso! Os pais não tendo uma noite de sono eficiente, não conseguirão exercer a Parentalidade nem com os melhores esforços. O sono é vital para o ser humano e não é porque os adultos viraram pais que eles devem deixar de cuidar das necessidades biológicas deles também.

É certo que nos primeiros meses de vida da criança, principalmente, os pais são convidados a exercitarem inúmeras experiências sacrificantes, isto é, realizarem os sagrados ofícios na busca de oferecer um bom desenvolvimento integral da criança que acaba de chegar ao mundo. Isso inclui sim algumas noites em claro, pois o bebê possui necessidades fisiológicas que não consegue realizar por si só. Porém, aos dois anos a criança começa a dar seus primeiros saltos de autonomia e esta fase pode ser desafiadora não apenas aos pais, mas para a criança também.

No caso da Keka, para a saúde de toda a família foi necessário criar o hábito dela começar a dormir no próprio quarto. A mãe oferecia todo o acolhimento no início do sono e colocava as nossas orientações em prática que foram: luz mais baixa ou um abajur para diminuir a luz do ambiente e a mente da criança compreender que chegou a hora do sono, música instrumental ao fundo, uma oração, respiração com o peixinho (técnica de mindfulness), leitura antes de pegar no sono e ao cair no sono fazer a técnica chamada Sleeping Talking.

Antes de eu compartilhar a técnica do Sleeping Talking, quero colocar aqui uma observação importante. Nos primeiros dias os pais reclamaram que não estava dando certo. Perguntei como estava sendo as atividades antes de dar o momento de dormir. A mãe falou algumas atividades rotineiras de jantar, brincar e depois quando ela apresentava sono levava ela para escovar os dentes. Depois levava ela para o quarto, mas ela já estava desperta o suficiente para não querer dormir. Conseguem perceber qual é o erro neste caso? Sim, escovar os dentes antes de dormir. Opa, como assim Jéssica? Sim, o ideal é escovar os dentes após o jantar e deixar a criança brincar com atividades mais tranquilas como a Keka já estava fazendo. Assim, quando chegasse a hora de dormir nenhuma atividade faria a Keka despertar como o escovar os dentes estava sendo para a pequena.

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Ademais, a técnica do Sleeping Talking é uma conversa com a criança quando ela já está adormecida. Esta ideia foi inventada na década de 1970 pela professora e autora britânica Joane Goulding. Mãe de uma menina com paralisia cerebral e dispraxia verbal, ela apostou no poder do insconsciente para ajudar a filha. “Percebi que as crianças absorviam tudo o que ouviam, independentemente de suas crenças conscientes. Então, ativei em minha vida a lei mais antiga da mente: ‘Se você pode imaginar, então você pode realizar’”, conta ela, em sua página oficial. Foi assim que ela começou a conversar com a filha durante o sono e o chamado Sleep Talk® se espalhou pelo mundo. Neste sentido, a conversa após a criança dormir deve ser feito com frases afirmativas, isto é, positivas que estimulem a criança a desenvolver a habilidades que ela está precisando.

No caso da Keka existia uma necessidade de segurança e proteção e sugerimos a mãe realizar frases, tais como “Keka, você é uma criança muito protegida, amada. Você se sente cada vez mais segura por saber que a todo momento que precisar estaremos aqui, sua mamãe e seu papai para cuidar de você”. Todas as noites a mãe Suzana fazia isso e bingo conseguimos implantar o novo hábito do sono de maneira respeitosa, amável e tranquila para a Keka.

Portanto, não é apenas de um jeito que ajudamos a família e as crianças. Não existe uma receita de bolo, não existem fórmulas mágicas. O ideal é a procura de profissionais que farão um olhar aprofundado diante das demandas do sistema familiar e, assim, verificar estratégias que funcionem para elas. Quando lemos um caso como este, podemos nos inspirar, buscar analisar se encaixa na nossa realidade ou não. O importante é saber que nunca saímos de uma leitura sem deixar pegadas de aprendizados em nossos corações. É isso que esperanço ao terminar este artigo aqui para você.

 

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